JORNAL DA ALTEROSA

Cesta básica tem aumento de 3,34%

O custo dos 13 produtos que compõem a cesta básica mensal de Belo Horizonte fechou janeiro cotado a R$ 244,12, alta de 3,34% em relação a dezembro de 2010, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Comparado com o mesmo período do ano passado, o índice deu um salto de 18,68%, puxado principalmente pelo tomate, que registrou, nos últimos 12 meses, elevação de preços na casa dos 50% , seguido pela carne (33,72%), banana (29,63%) e feijão (28,46%).

%u201CO tomate virou item de luxo, e acho que o consumidor vai parar de comprar, assim como aconteceu com a carne%u201D, avalia a economista do Dieese, Regina Camargos. Somente no mês de janeiro, o legume registrou ajuste de 76,82%, alta sem precedentes entre os demais itens da cesta. %u201CNo primeiro trimestre, os preços são caracterizados historicamente por este movimento de alta. A queda deve começar em maio para estabilizar em abril%u201D, prevê a especialista.

Apesar de um cenário menos nebuloso a partir do segundo trimestre, Regina acredita que os alimentos ainda vão continuar causando preocupação. %u201CO mundo inteiro está passando por um processo semelhante, e o Brasil não está sozinho%u201D, observa. A tendência de alta para o óleo de soja continua. A justificativa também está na questão climática, com chuvas intensas no Sudeste e forte seca no Rio Grande do Sul, importante produtor nacional. No cenário mundial, a seca também foi a causa da quebra da safra indiana e pressionou a cotação do produto no mercado internacional.

As notícias, porém, são mais animadoras para o mercado de carne bovina, que está em plena safra. %u201CNa última semana de janeiro a carne iniciou um movimento de estabilização dos preços que deve ser mantido este mês. Aquele surto de altas foi contido%u201D, avalia a economista do Dieese.

Ainda segundo levantamento do departamento de pesquisas, o belo-horizontino gastou 49,14% do seu rendimento líquido mensal para adquirir integralmente a alimentação mínima necessária para seu sustento e teve que trabalhar 99 horas e 27 minutos para custear os gastos com a cesta.

BALANÇO A tendência de alta no mês de janeiro foi seguida em outras 13 das 17 capitais apuradas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica. As principais elevações ocorreram em Brasília (9,41%), Fortaleza (5,25%), Rio de Janeiro (3,94%) e Aracaju (3,91%), enquanto em Curitiba (-2,79%), São Paulo (-1,47%) e Recife (-0,32%), o índice apresentou queda. Assim como em BH, o tomate foi o produto com maior participação no crescimento da inflação no período, subindo em todas as 17 cidades avaliadas. A variação na capital mineira só ficou atrás do Rio de Janeiro onde subiu 79,38%, influenciada especialmente pelas fortes chuvas que atingiram o estado no primeiro mês do ano. O cenário inverso foi liderado pelo feijão, que caiu em todas as capitais com taxas negativas variando entre -3,84%, em Aracaju, e -27,29%, em Recife. A carne, item com maior peso na cesta teve retração de preços em 11 capitais.

5 de fevereiro de 2011

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