JORNAL DA ALTEROSA

Enterrados tio e sobrinho mortos pela PM no Aglomerado da Serra

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Foram enterrados neste domingo 20, os corpos do tio e do sobrinho mortos por policiais militares em uma das favelas do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte. As mortes desencadearam um confronto entre moradores e a polícia, com ônibus incendiados, tiros e pedradas. O clima também ficou tenso no cemitério da Saudade, com moradores inconformados.

Palmas e rosas. As homenagens são para Jefferson Coelho da Silva, de 17 anos, e para o tio dele, Renilson Veriano da Silva, de 39. Os dois foram enterrados na mesma cova. Um era filho e o outro, irmão de Denílson da Silva, cabo da Polícia Militar. "Minha maior tristeza é esta. Ser policial e ver isso. Enterrar meu filho e meu irmão, mortos pela PM”. desabafa.

O velório de tio e sobrinho trouxe centenas de pessoas ao cemitério da Saudade, na região leste de Belo Horizonte. O clima ficou tenso quando militares chegaram por lá trazendo o irmão de Jefferson que veio se despedir, mas cumpre pena por furto.

A comunidade denuncia que a morte dos dois foi um erro da polícia. Minutos depois ele é retirado do local, ainda sob os gritos da população do Aglomerado da Serra que acredita na inocência dos dois mortos.

Acompanhe o caso:
População revoltada queima ônibus
Confira as imagens do incêndio!

O vereador e líder comunitário, Paulo Sérgio Peixoto, que mora na comunidade, diz que esteve com Jefferson na noite de sábado. O rapaz ensaiou com o grupo de dança a que pertencia, até as 23h30. Segundo Paulo, o adolescente e o tio foram baleados pelas costas. "Tanto houve erro que eu queria que fosse feita perícia no local que eles dizem que houve tiroteio…", conta.

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Jeffferson e o tio foram mortos na madrugada de sábado. Eles estavam subindo uma rua a cerca de 300 metros de casa quando foram atingidos pelos disparos. A polícia afirma que militares da Rotam faziam uma operação de rotina na vila e foram surpreendidos por homens vestidos com uniformes do Gate que teriam disparado contra a guarnição.

Na versão da PM, Jefferson e Renilson estavam entre os suspeitos, carregando fardas e armados. Os uniformes, armas, e munição – que segundo a PM estavam com os dois –  foram apresentados pela polícia no dia da ocorrência.

Revoltados, moradores do aglomerado colocaram fogo em dois ônibus que circulam pela região. Um na manhã de sábado e outro no final da tarde.  Em resposta, a PM ocupou o morro.  Um suspeito de atear fogo aos veículos foi preso. 

Neste domingo 20, a polícia continuava de plantão no aglomerado.

 

21 de fevereiro de 2011

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