JORNAL DA ALTEROSA
Jovem perde mãe, irmão e mulher grávida em acidente no Anel Rodoviário
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9 de julho de 2012 – “Quando os bombeiros chegaram, a primeira frase que eu ouvi foi: ‘a menina tá morta’. Eu falei que ela tava grávida e eles perguntavam: ‘quanto tempo, quanto tempo?’. Eu respondi seis para sete meses. Aí eles colocaram a bomba de oxigênio na minha mãe e disseram: ‘pode parar, pode parar, ela morreu. Agora é só o menino porque o rapaz também está morto’”. As lembranças são do dia 21 de maio de 2010, 17h30, no trevo do Bairro Betânia, no Anel Rodoviário de Belo Horizonte. O acidente mudou completamente a vida de uma família.
O trânsito estava engarrafado, um caminhão não conseguiu frear, bateu em três carros e arrastou outros dois. Foi lá que Brian Dias Blau perdeu o irmão mais novo, a mãe e a esposa grávida de seis meses. “Eu chamava por eles e ninguém respondia”, lembra ele.
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O rapaz que hoje tem 28 anos não esquece os detalhes da tragédia que doem muito. “Eu parei o carro, minha mãe conversando com a minha esposa. Eu lembro dela sorrindo. Foi quando eu me assustei só com o barulho. Quando eu abri o olho o carro já estava todo retorcido”, diz.
“É difícil falar porque eu sempre ouvi dela (a esposa), durante o tempo que a gente ficou junto, que o maior sonho da vida dela era ser mãe”.
Hoje, Brian raramente passa pelo Anel Rodoviário, mas sempre no sentido contrário ao do acidente. “É um processo de reconstrução, por mais que eu muitas vezes ache que não, o próprio tempo que vai conseguir dizer o que vai dar para ser feito daqui para frente”.
A dor de Brian é divida com outro irmão, Breno Dias Blau. Ele não estava no carro, mas sentiu, naquele dia, alguma coisa estranha. “Eu vi eles entrando no carro para sair, eu despedi da minha mãe, eu despedi do meu irmão e eu lembro que eu fiquei com medo de acontecer alguma coisa. Eu tinha acabado de perder meu pai e, de repente, estava a minha família toda dentro do carro. È muito difícil. Até hoje eu acordo e por um pequeno período, eu tenho que voltar à realidade porque todo dia eu experimento a dor de ter perdido tudo”, relata.
Dois anos após a tragédia, o motorista do caminhão ainda não respondeu pelo acidente. Assista aos depoimento emocionados:


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9 de julho de 2012