JORNAL DA ALTEROSA
Mais prédios em área verde de Nova Lima
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Moradores de Nova Lima tentam impedir mais um megaempreendimento imobiliário em área de mata e nascentes que abastecem a região metropolitana. É um outro condomínio, entre dezenas de aprovados pela prefeitura e o Estado. Ambientalistas alertam para a construção acelerada e inconsequente que pode provocar tragédias como as de Angra e da região serrana do Rio.
Quinhentos e oitenta hectares de Mata Atlântica às margens da MG-30, em Nova Lima. São três fazendas consideradas como área de preservação permanente. Nesses lugares, a lei permite apenas construções de utilidade pública ou de interesse social, mas uma vizinha denuncia que uma construtora particular vai erguer um grande empreendimento: o Vistas do Vale. Na primeira etapa, seriam seis prédios de 24 andares e os lotes já estão demarcados. As ruas estão prontas e em vários trechos os morros foram cortados para abertura de mais vias. Tem até caixa d’água instalada.
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Por enquanto, foram construídos o stand de vendas e o apartamento decorado. Segundo vizinhos, a empresa obteve a licença prévia nos órgãos ambientais, no município e no estado, desde que fez um outro condomínio em uma área vizinha que também é de preservação permanente.
No ano passado, moradores da região fizeram um protesto para pedir ao poder público que impeça a construção das torres. Eles caminharam pela rodovia e depois foram para a porta do setor de vendas. Depois da mobilização, a promotoria de meio ambiente de Nova Lima entrou no caso.
O Ministério Público entrou com uma ação e, por meio de liminar, a Justiça proibiu qualquer intervenção na área e mandou paralisar as licenças ambientais, cancelar o registro de incorporação do empreendimento e determinou que a construtora suspenda imediatamente a venda dos imóveis. Caso descumpra a decisão, a empresa deve pagar uma multa diária de R$ 200 mil.


28 de março de 2011